terça-feira, 6 de maio de 2008

Alimentos: Disparada nos preços agrícolas atrai grandes bancos


A alta nos preços das commodities está atraindo a atenção dos maiores banqueiros do planeta para a agricultura. Nos últimos seis meses, as Nações Unidas (ONU) vêm alertando que os preços dos alimentos subiram 50%. Na Suíça, onde não se produz um só pé de café, nem arroz ou açúcar, o comércio de commodities explodiu nos últimos meses e, em pouco tempo, Genebra se transformou em um dos principais centros das transações de produtos agrícolas do mundo. Apenas em 2008, os investidores devem colocar cerca de US$ 172 bilhões no setor de commodities, esperando lucros recordes.

Nova riqueza - Hoje, mais de 6 mil banqueiros, economistas e analistas já estão atuando exclusivamente no setor agrícola em Genebra, cidade de pouco mais de 200 mil habitantes. O motivo é claro: o boom criou uma nova riqueza em países com pouca tradição na gestão de fortunas. Agora, os bancos suíços querem abocanhar parte desses lucros. "Vemos que em vários países produtores de commodities há uma nova classe de ricos sendo criado e estamos interessados nesses clientes", disse Pierre Mirabaud, presidente da Associação de Bancos da Suíça.

Negociação - De fato, a pequena Genebra se transformou nos últimos meses no novo centro do lucrativo comércio dessas commodities, negociando com produtores no Casaquistão, consumidores na China, usineiros no Brasil e especuladores das maiores bolsas de valores do mundo. Bancos como UBS, ING, BNP Paribas, Credit Suisse e vários outros criaram mesas exclusivamente para financiar e investir nas commodities. Empresas como a Bunge, SGS, Vitol e Cargill também ampliaram seus escritórios em Genebra para lidar com a nova demanda. Os banqueiros, habituados a circular com seus carros de luxo pela cidade suíça, estão sendo obrigados a entender agora da produção de soja no Brasil, das condições climáticas da Austrália e mesmo da diferença entre o etanol de cana-de-açúcar e o de milho. (Agência Estado)

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